01/11/2012

Museu Vasarely–Pécs - Hungria - 14 de outubro 2012

A família de Victor Vasarely instala-se, em 1918, em Budapeste. No liceu, Vasarely destaca-se pelos seus desenhos e inscreve-se nas aulas noturnas de uma escola de pintura. Em 1927, frequenta uma academia de pintura, e, no ano seguinte, a escola de artes gráficas Mühely, dirigida por Sándor Bortnyik, um antigo aluno da Bauhaus, o que lhe permite descobrir a arte de Piet Mondrian, Theo van Doesburg ou László Moholy-Nagy. Dois anos depois, ganha um concurso de cartazes cujo prémio lhe permite viajar para Paris. Torna-se desenhador de publicidade e trabalha para firmas como a Havas, Draeger ou Devambez (fundará a sua própria agência de publicidade em 1943). Permanece todavia isolado, mostrando os trabalhos só uma vez, em 1934, numa exposição coletiva na Galerie de la Pléiade. Elabora – durante este período – repertórios de códigos, signos, referências, que virá a usar mais tarde. É só em 1944 que a sua obra será revelada aos olhos de todos, numa primeira exposição individual em Paris, na Galerie Denise René, acabada de abrir. Em 1946, a sua arte ainda é figurativa e, em 1947, deriva para o abstracionismo. Nesse mesmo ano, num número especial da revista Art présent, publica um artigo intitulado «Optique, graphisme et publicité» que evidencia o seu processo de trabalho. Os períodos seguintes são bem identificados e sucessivos: Belle-Île, a partir do verão de 1947, é uma sequência de estudos sobre seixos, conchas e ondas (até 1954); Cristal, iniciado em 1948, é uma reflexão sobre cubos e transparências, realizados em Gordes, local que descobre e para onde passa a ir regularmente; Denfert, a partir de 1951, corresponde a estudos inspirados nos craquelés de tijolos esmaltados da estação de metro Denfert-Rochereau por onde passa todos os dias. No final da guerra, multiplica as exposições: Art concret [Arte concreta], na Galerie Drouin, em 1945; Salon des réalités nouvelles [Salão das realidades novas], a partir de 1946; Les Premiers maîtres de l'art abstrait [Os Primeiros mestres da arte abstrata], organizada na Galerie Maeght, em 1949, por Michel Seuphor, que publica o seu livro L'Art abstrait, ses origines, ses premiers maîtres. Vasarely pertence então à geração que reúne Jean Dewasne, Jean Deyrolle, Marie Raymond, Hans Hartung, Robert Jacobsen, Jean Piaubert, Gérard Schneider, Richard Mortensen ou Serge Poliakoff. Vasarely torna-se o principal animador e conselheiro da Galerie Denise René. A sua exposição individual, em 1949, nesta galeria, é um sucesso. Conhece uma notoriedade crescente, nomeadamente nos países nórdicos onde expõe regularmente. Neste período rejeita a pintura de cavalete, realizando protótipos e esboços para grandes formatos, trabalhando sobre ampliações através de projeções luminosas, com a ambição de realizar obras monumentais à escala de edifícios ou mesmo de cidades. O seu desejo é oferecer arte a toda a gente, situando-a na vida quotidiana, integrando-a no cenário urbano. Os seus objetivos serão concretizados em 1951-1952 através de enormes decorações murais para a cidade universitária de Caracas, na Venezuela, e através de uma escultura, Cinétisme relief [Cinetismo relevo], constituída por lamelas verticais de alumínio pintado, cujos motivos mudam com a deslocação dos passantes. Esta realização abre uma série impressionante de encomendas pelo mundo fora, nas quais Vasarely joga com os desvios das linhas, as variações dos traços, as deformações das perspetivas, e os jogos de sombras projetadas para criar um ilusionismo espacial que lhe é próprio. Doravante, socorre-se de numerosos assistentes que finalizam os seus estudos, ampliando-os. A exposição de 1955, na Galerie Denise René, intitula-se Le Mouvement [O movimento] – com Jesús-Rafael Soto, Yaacov Agam, Pol Bury, Robert Jacobsen. Em 1960, constitui-se o Groupe de recherche d'art visuel (GRAV) com Hugo Demarco, Julio Le Parc, François Morellet, Yvaral (filho de Vasarely) e Nicolas Schöffer, que realiza a suas esculturas espacio-dinâmicas. Tudo isto anuncia o triunfo, nos anos de 1960, da Op Art, e portanto de Vasarely, que obtém um incrível sucesso internacional e acumula prémios. Cria um museu em Gordes, em 1970, uma fundação em Aix-en-Provence, em 1971, e dois museus «didáticos» em Pécs (1976) e Budapeste (1986). AC

Fonte: Aqui

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